sexta-feira, abril 27, 2007

Correr a vida


O mundo corre, gira sobre si mesmo, nasce o sol, nasce a lua... dias passam... As pessoas em meu redor andam apressadas, correm atrás do Tempo... Tempo que por sua vez corre à frente delas à velocidade da luz ... As pessoas que passam por mim parecem "correr a vida"... Eu não corro, eu não ando apressada... Ando devagar, diria mesmo muito devagar... Hoje, não sei porquê, sinto-me bem em mim. Sinto-me calma, sinto-me em sintonia comigo, raro momento este... Ando devagar, com medo que este momento se escape, por entre o Tempo... Sinto-me como espectadora de um filme... E observo o que "corre" à minha volta, não tenho pressa, não tenho horários a cumprir... ... Não tenho ninguém à minha espera... Adio o momento de voltar... Aqui estou bem... no meio de uma multidão... no meio de ninguém...

quinta-feira, abril 12, 2007

Hoje foste embora


Hoje foste embora,

Não vais voltar…

Olho para a porta fechada na esperança que ela se volte a abrir,

Que voltes, que desistas de ir…

Mas os minutos passam… as horas… os dias

E continuo ali a olhar para a porta fechada…

Será que sabes que o meu mundo parou no tempo?

Será que sabes que a almofada ainda tem o teu cheiro?

Será que sabes que ainda estou aqui a tua espera?

Será que sentes este vazio?

Oiço uma voz ao longe,

Ela chama por mim…

Aumenta de volume…

Abro os olhos…

As tuas coisas estão aqui…

Tu estás aqui…

Tu nunca foste embora sem intenção de voltar…

Foi apenas o medo de te perder,

Que transformou esta tua ausência,

Num delírio…

Abraço-te como se tivesses partido à meses…

(Apenas tinhas saído à 10 minutos)

quinta-feira, abril 05, 2007

Quando (já nada é intacto)

Qdo já nada é intacto
Qdo td na vida vem em pedaços
E por dentro me rebenta um mar
Qdo a cidade alucina
Num luar de néon e de neblina
E me eskeço de sonhar

Qdo há klk coisa k sufoca
E os dias são iguais a outros dias
E por dentro o tempo é tão voraz

Qdo de repente num segundo
Klk coisa me vira do avesso
E desfaz cada certeza do meu mundo

Qdo o sopro de uma jura
Faz balançar os dias
Qdo os sonhos contaminam
Os medos e os cansaços
Qdo ainda me desarma
A tua companhia
E td o k a vida faz
Em mim

Qdo o dia recomeça
E a noite ainda te prende nos seus braços
E por dentro te rebenta um mar

Qdo a cidade te esconde
E o silêncio é o fundo das palavras
Que te eskeces de gritar


De Mafalda Veiga in Na Alma e Na Pele